A escolha alimentar adequada e sustentável está em nossas mãos sim. Falar de escolha alimentar é um tema recorrente na área de alimentação e nutrição, pois comer é uma essencialidade diária e a maioria dos indivíduos (que podem) precisam fazer a escolha do que comer inúmeras vezes por dia. Mas, o que define estas escolhas? 

 

O que define as escolhas alimentares? 

Por que comemos o que comemos e o que está por trás de cada uma de nossas escolhas alimentares?

É quase que automático pensar na figura de uma pessoa diante de várias opções alimentares exercendo o papel de ator central neste processo. Ela escolhe por vários motivos, sejam eles mais “intrínsecos” (porque gosta, quer, busca saúde, e ou se preocupa com o ambiente) ou mais “extrínsecos” (o que tem disponível, faz parte do contexto e cultura).

Essa forma de ver as escolhas alimentares, no entanto, coloca o homem como centro da reflexão. Há um foco na saúde individual. A centralidade no indivíduo, entretanto, é apenas uma das perspectivas de se olhar para as escolhas alimentares.

 

O poder da escolha alimentar sob o que comemos

Em um contexto mais atual, pensando nas diferentes camadas de sustentabilidade e de poder, abre-se um leque de influências que apesar de serem ditas distais, levantam questões que merecem muita atenção: será que nós realmente temos o poder de escolher o que comemos? 

O olhar mais sistêmico e menos individual para as escolhas alimentares é uma superação. Passa-se a compreender que um conjunto de sistemas determinantes vão impactar não apenas a minha saúde e bem-estar, mas também a saúde e bem-estar do outro e a saúde e bem-estar do planeta.

É uma dimensão de que as escolhas alimentares impactam vidas, e não só a vida humana, mas a vida na terra, dos sistemas naturais, da nossa ecologia, (fauna e flora).

Só que mesmo aqui tentando “se afastar” um pouco mais do indivíduo, e olhar para os sistemas, é involuntário voltar-se para o comedor que nessa perspectiva fica diante da pressão de que o ele escolhe para comer tem impacto em um todo.

 

Fatores que influenciam no comportamento alimentar

A escolha deve ser pensada não mais somente no que é bom para seu paciente, enquanto ser biológico, mas de onde o alimento vem, de como foi produzido, processado e de como ele chega até ele. 

Nesse contexto, seria possível e válido um regaste de práticas e costumes passados que eram mais ecológicos e sustentáveis? Ou o caminho é preservar o que de cultura ainda resiste com adequações do sistema alimentar vigente, que é uma outra conformação e não estático, buscando em supremacia o acesso a alimentos que sejam culturalmente adequados, economicamente justos e sustentáveis?

Ao voltar-se para seu paciente, pense nele como um indivíduo, onde deve levar-se em consideração então o sistema nas suas escolhas, imerso num ambiente alimentar, sob influências familiares, políticas, comerciais, normas socioculturais, todas interagindo continuamente entre si.

E chega-se a um questionamento sobre a natureza do poder: nosso poder de escolha realmente existe em meio a tudo isso? 

Pois há poderes ocultos ou mesmo invisíveis operando de maneiras muito sutis e ao mesmo tempo bem poderosas delegando uma falsa ilusão de escolha. Distorcem-se narrativas, os discursos não convergem, a responsabilidade recai sobre o indivíduo que precisa fazer a escolha “certa” e consciente mesmo diante de toda essa complexidade e demandas. 

 

E como se determinam estas escolhas alimentares? 

Assim, a escolha alimentar é mesmo nossa ou toda a estrutura imposta tira de nós ou ofusca de nós o controle de decisões genuínas? Esta é uma importante chave de discussão sobre as escolhas alimentares – especialmente frente à urgência de se repensar escolhas que ameaçam nossos ambientes naturais, ao mesmo tempo que nos adoecem enquanto parte viva desses ambientes.

Talvez seja impossível falar de escolha alimentar saudável e sustentável sem considerar as facetas e distribuição desses poderes, principalmente os mais ocultos, que precisam de um freio como medidas de prioridade de saúde pública.

Assim, o indivíduo que não é passivo em meio a tudo isso, pode voltar a ter papel central de decisão sobre o que come sendo instruído a escolhas que sejam adequadas e saudáveis para tudo e para todos. 

 

Especial por:

Jéssica Moraes – Nutricionista pela UFM, mestre e doutoranda em Nutrição na FSP-USP. Capacitada em Transtornos Alimentares pelo AMBULIM- Ipq-HC-FMUSP

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