Muito tem se falado hoje em dia, na nutrição, sobre questões comportamentais que envolvem a alimentação. No entanto, é importante dar um enfoque maior nesses conceitos base. Justamente para evitar as más interpretações do comportamento alimentar.
Em recente ensaio intitulado “Fábrica da nutrição neoliberal: elementos para uma discussão sobre as novas abordagens comportamentais”1 refletem-se algumas questões acerca do contexto de teorias e técnicas baseadas em comportamento na Alimentação e Nutrição, dentre as quais destacamos do texto original:
(1) as teorias e técnicas terem se “proliferado” no campo da alimentação e nutrição;
(2) técnicas comportamentais serem igual a Nutrição Comportamental, técnicas meditativas o mindfulness, e a “racionalização” com o comer intuitivo;
(3) não diferenciarem o que são hábitos e o que é comportamento e não se aterem aos contextos sociais e a participação de atores políticos e econômicos no que tange a alimentação responsabilizando unicamente o indivíduo por suas práticas;
(4) tratarem-se de instrumentos focados no incentivo de um autocontrole que suprime subjetividades, liberdades e que corrobora para a existência de pessoas anestesiadas para as mazelas do mundo atual.
Reflexões como essas, apesar de opinativas apenas, dão a oportunidade para que sejam discutidas grandes dificuldades que cercam a nutrição atualmente a respeito do constructo comportamento e suas aplicações.
Assim discutindo os pontos do ensaio:
- Teorias e técnicas comportamentais não têm se “proliferado” como algo repentino, tampouco dizem respeito a um cenário nacional. A importância de teorias e técnicas comportamentais são consideradas em posicionamentos e revisões2–4 ao longo do mundo. Elas estabelecem também o grau de recomendação convincente para tais técnicas como ferramentas para o campo e não como “áreas da nutrição” – o que é uma visão equivocada. As técnicas para mudança de comportamento e aconselhamento são ferramentas também previstas no amplo amadurecimento do profissional clínico5, bem como na educação nutricional6, e se somam a todas as demais frentes para promoção de saúde e não se propõem a resolverem sozinhas as doenças crônicas – mas ao contrário com ações multisetoriais. 7 Além disso, a percepção da importância das técnicas comportamentais não é de agora, mas de um longo caminho de aproximação de teorias da psicologia e a alimentação. 8-10
- Técnicas comportamentais são diversas e neste conjunto várias tem sido aplicadas a alimentação com grau de evidência para o manejo de questões de saúde e podem ser conferidas em posicionamentos e revisões.2,4 A Nutrição Comportamental11 é uma abordagem proposta pelo Instituto Nutrição Comportamental (com bases teóricas descritas em livro de mesmo nome) que reúne algumas técnicas e modelos, tais como o Mindful eating e o Comer Intuitivo, sendo que a primeira, diferente do que aponta o ensaio, apresenta evidências convincentes para endereçar o comer compulsivo, comer emocional e o comer em virtude de gatilhos ambientais, podendo prevenir ganhos de peso.12 O Comer Intuitivo mostra-se protetor para comer compulsivo, insatisfação corporal e controle de peso não-saudável. 13 Portanto, Nutrição Comportamental não é igual técnicas comportamentais, e esta generalização equivocada não contribui para campo. Sabe-se da existência de confusão acerca do que são as técnicas comportamentais – já que o tema “comportamento” ainda precisa ser ampliado sobretudo dentre nutricionistas que, em geral, não delimitam bem sua definição e, portanto, as práticas que dele decorrem. Mas se queremos falar de técnicas comportamentais, precisamos estuda-las e compreende-las a fundo.Além disso, nenhuma destas técnicas/modelos prevê qualquer tipo de racionalização, pelo contrário, perfazem um entender de como se dão nossos aprendizados no mundo.
- O apontamento da suposta diferença entre hábitos e comportamentos demonstra pouco contato com o comportamento em suas raízes multicausais14-17 – apesar do texto falar em trazer “ampla discussão pautada nas teorias da psicologia”. Em suma, comportamento é um grande evento composto por aquilo que vem antes (“gatilhos”) da resposta comportamental e aquilo que vem depois (consequências) e a depender do entrelaçamento destes componentes, se dá o aprendizado. Se o aprendizado favorece a consolidação de certas respostas, estas tornam-se hábitos quando são repetidas, que são uma forma de comportar-se. Além disso, a seleção dos comportamentos que permanecem e daqueles que diminuem de frequência, dependem necessariamente de aspectos ligados a espécie (e de sua herança genética) – a filogênese – do aprendizado que se estabelece em vida – a ontogênese – e da cultura que perpassa todos os anteriores. Assim, há nesta definição do comportamento em raiz, a consideração de todo o aspecto biopsicossociocultural não havendo a distinção errônea que se estabelece entre indivíduo e meio social proposta pelos autores do ensaio. O social está implicado na cultura, que é parte de nossos aprendizados e naturalmente é formadora de hábitos, uma forma de expressão do comportamento. É improcedente a problemática do ensaio a este respeito dado que as teorias apontadas como insuficientes, guardam em seu cerne essa consideração biopsicossociocultural do comportamento. Ressaltamos ainda que há na crítica comportamento versus hábito a fragilidade de não se considerar que o mesmo fenômeno comportamental pode ser concebido por diferentes perspectivas, a depender do ponto de partida que se adote. 18
- Nenhuma das técnicas/ modelos comportamentais que são apontadas em todas as referências aqui listada lida com a mudança do comportamento em termos de imposição de autocontrole! Não é atribuição das técnicas adotadas pela Nutrição Comportamental, seja o Mindful eating, seja o Comer Intuitivo, ou nas terapias Contextuais (Terapia Cognitivo Comportamental, Aceitação e Compromisso, Dialética Comportamental), o objetivo de promover autocontrole como prática de mudança. O autocontrole é campo de estudo de diversas áreas (a exemplo da economia e psicologia19-23, ciência do comportamento alimentar que integra as últimas de certo modo24-26). Para todos os casos, verifica-se que o dilema entre fazer escolhas com apenas um pequeno benefício imediato em detrimento de escolhas com maiores benefícios tardiamente é um fenômeno que não se encerra pela imposição do autocontrole. “Treinar autocontrole” e não comer o doce de agora para colher benefícios futuros à saúde é uma prática incompatível com nosso funcionamento enquanto organismo já que o estresse imposto pela evitação é justamente o que aumenta as chances de buscarmos mais comida, já que nessa circunstância a comida almejada ganha ainda mais valor. 27-29
Olhando o fenômeno comportamental psicobiologicamente, o dito “autocontrole” com imposição de evitação de comida sensibiliza mais acentuadamente o sistema de recompensa30, mecanismo que naturalmente será salientado na situação de estresse e aumentará a busca por comida se este for o estímulo atrativo presente. Dentre muitos mecanismos envolvidos na situação estão também os processos de memória e atenção, que se voltam àquilo que foi evitado31, dificultando ainda mais o autocontrole.
No entanto, há grande distinção entre o que é autocontrole e o que é consciência ou atenção. Estes últimos, favorecem um ambiente de reavaliação do real valor atribuído à comida pela maior atenção a experiencia do comer, o que permite ao indivíduo reclassificar o valor que atribui à comida em cheque. São processos de memória, atenção e aprendizado que estão envolvidos e têm se mostrado promissores para melhora da alimentação.32-34
Todas as técnicas/ modelos comportamentais aqui discutidas consideram tais mecanismos e, portanto, não se focam no autocontrole e sim na alternativa a ele. Além disto, consideram os diversos atores envolvidos na alimentação, já que estar presente envolve também a conscientização do indivíduo e de todo contexto35 que o cerca – e uma vez consciente do mesmo é incentivado a ter postura ativa e não passiva. Basta ter disposição para verificar do que tratam tais técnicas que foram problematizadas aqui presentes que estes preceitos serão encontrados.
Portanto, é extremamente reducionista considerar o comportamento alimentar a uma suposta lógica neoliberal.
Ainda, convidar as pessoas a assumir sua responsabilidade individual perante sua saúde ou profissão, não anula a responsabilidade do Estado, mas destaca o seu papel ativo. E nesse cenário, os profissionais da saúde desempenham papel essencial – junto aos pacientes, e tornam-se facilitadores para contribuir no processo de capacitação de conhecimentos e habilidades minimizando relações hierárquicas; junto aos pares exercem um papel crítico e de fortalecimento coletivo; e, junto à sociedade contribuem reforçando a cultura do empoderamento como modo de resistência às opressões e tentativas de biopoder.
Se faz relevante destacar o conceito de Foucault36 sobre a estética da existência, a qual se constitui pela formação da subjetividade e pela ética (entendida como a prática da liberdade) de cada indivíduo que determina para si mesmo práticas racionais e intencionais, baseadas em seus valores e desejos para a constituição da vida como se fosse uma obra de arte. Em resumo, a estética da existência define o conceito do cuidado de si, no qual não há regras exteriores e se efetiva mediante uma busca no e pelo próprio sujeito.37
Assim a alegação do ensaio, já em seu título, é inconsistente e estabelece toda sua dialética em grande medida no livro de Dardot e Laval38, que é leitura indispensável a atual conjuntura, mas que nada debate em seu texto as relações entre técnicas comportamentais da alimentação e nutrição, sendo que as relações propostas pelos autores do ensaio são extremamente opinativas e genéricas e em diversas vezes, sem referenciamento ou com referências que não validam exatamente o que foi expresso em texto.
Como expressam Capra e Skinner (apud Chiesa, pag. 194-19539), a ciência apesar de ser nossa força, pode ter e tem tido seu uso de forma abusiva. Segundo os autores, a ciência em si não é a culpada e como identificado particularmente por Skinner, as questões encontram-se no comportamento dos que usam e abusam da ciência, o que será amenizado pela aplicação do poder da análise científica.
Finalizamos destacando que o paradigma dominante ainda está em vigência, período este que Kuhn40 denomina de ciência normal e que os pares buscam solucionar os problemas atuais dentro dos limites preestabelecidos e relativamente inflexíveis. Entretanto, outros pares já visualizam a crise paradigmática, com os quais concordamos e por isso reforçamos a importância do avanço em direção a uma compreensão menos fragmentada e voltada para a complexidade das questões socioculturais atuais. Kuhn40 chamará essa revolução, necessária à Nutrição de revolução científica.
Especial por Cesar Moraes (Nutricionista, mestre e doutorando pela USP), Marle Alvarenga (Nutricionista, mestra e doutora pela USP, com pós doutorado em Nutrição em Saúde Pública- USP), e Marcela Villela (nutricionista, mestre em Ciências Sociais pela UFES).
REFERÊNCIAS
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