Mudar é a única constante. Por isso, o Instituto Nutrição Comportamental (INC) propõe um exercício de Metas #2021 para a transformação do nutricionista por meio do design thinking.
Nesta virada de ano nossa motivação para renovação é maior, a esperança ressurge e metas começam a ser reescritas.
E é por isso que te trago de forma exclusiva aqui no INC algo que aprendi ao realizar uma especialização em Design Thinking e cursos mundo afora.
Como o design thinking ajuda o nutricionista?
A transformação pelo design começa colocando as PESSOAS no centro. É o famoso HUMAN CENTRIC do design thinking.
Porém, é comum na nutrição pensarmos muito mais no conteúdo do que nas pessoas: os protocolos, os materiais, as ferramentas, os aparelhos, a bioimpedância, o adipômetro, os cálculos e a tal pastinha com a dieta e recomendações. Quanta coisa! Claro que tudo isso faz parte e são acessórios de um importante componente que é o PROCESSO.
No entanto, só fará sentido se conseguirmos obter o vínculo do paciente, evocar suas motivações, trabalharmos as ambivalências. Ou seja, como diz o design: entendermos e atendermos as dores, anseios e desejos das pessoas. E portanto, entender o que VOCÊ e seu paciente fala a partir do que vê e ouve faz parte, mas ainda mais importante é o que ele sente e quer com tudo isso.
A Nutrição comportamental e o processo de mudança pelo design thinking
E por este mesmo motivo, nós do INC endossamos que a mudança parte tanto de cada um de nós enquanto indivíduos quanto da relação construída entre o nutricionista e o paciente. Este olhar para as pessoas e as relações interpessoais é NOVO. O novo assusta e traz àqueles de mentalidade fixa, uma negação.
Segundo a IDEO, uma das principais escolas do design thinking, a mudança pode ocorrer de duas formas:
Mudança mandatória
É uma mudança que requer autoridade, acontece pela lei, quando um líder ou instituição, como o CRN, decreta que temos que agir de determinada forma. Isso às vezes demora demais, pois são órgãos de natureza burocrática, em geral reativos às mudanças e necessidade das pessoas. Grata surpresa foi o rápido movimento em relação ao atendimento online em 2020. Essa mudança por autoridade, depois que ocorre, é rápida, sistêmica e estruturada.
Mudança por um movimento
Esta mudança acontece por meio de movimentos de influência, que começam com pessoas que colaboram entre si, entendem suas aspirações e convida outros para um processo de mudança. Essa forma de mudar geralmente se antecipa às necessidades da sociedade, empodera as pessoas e favorece o engajamento. A mudança por movimento pode até demorar um pouco mais, pois em geral você tem que conquistar corações e mentes, mas em geral é um processo mais sustentável.
Lembre-se: AS PESSOAS ENGAJAM E ENDOSSAM AQUILO QUE ELAS CRIAM!
Qual é o jeito de MUDAR que você busca para sua carreira e para o seu paciente?
A mudança pelo Design Thinking te convida a exercer a regulamentação atual e a ética, mas não depender dela para se tranformar. Te convida a ir além, a praticar este segundo modelo de mudança de forma colaborativa, como um movimento de pessoas, que engloba bastante autoconhecimento e um resultado que gera impacto social.
Foi assim que nasceu a Nutrição Comportamental no Brasil, como um movimento de pessoas que levou ao Instituto NC, para dar forma, compilando e sistematizando a ciência existente. E também para trazer mais nutricionistas para esta ampliação da visão do profissional, na sua atuação clínica e na comunicação, de uma maneira atende novas necessidades dos seres humanos. Vamos juntos?
Vamos construir as Metas #2021 para a transformação do nutricionista com o design thinking?
O exercício que proponho tem 4 etapas:
FASE 1: SENTIR E REFLETIR: requer EMPATIA!
É um convite inicial para você observar o que faz diferença para você e para o mundo ao seu redor, com curiosidade. E assim encontrar SIGNIFICADO e PROPÓSITO em como você atua hoje como nutricionista.
E isso é muito individual. Mas nem sempre é sobre você, é também sobre os que estão ao seu redor.
O que seu paciente de fato precisa e quer? Nem sempre é o que ele diz que quer, ou ouve que deveria querer (emagrecer rápido, ficar com a barriga chapada). O que de fato ele quer? Você tem conseguido acessar este anseio? O que ele sente, deseja, quais são as suas dores? (liberdade, felicidade, parar de fazer dietas, de ser julgado, criticado, de sofrer).
E isso, nutricionista, não invalida possíveis consequências de emagrecimento, melhor autoestima, performance e outros objetivos que o paciente tenha como consequência de sua mudança de comportamento. A questão é que focar apenas nisso, estamos focando no conteúdo, e não no PROCESSO e nas PESSOAS.
Em algum momento, você pode ter uma voz te dizendo: “isso nunca vai funcionar”, “estou fazendo algo errado”. E eu te pergunto: “Hoje está funcionado? A maioria de seus pacientes está voltando todos os meses e relatam estar mais felizes?” Que tal experimentar o NOVO antes de julgar?
E é por isso que te propomos uma reflexão para construir suas metas #2021 para transformação do nutricionista com o design thinking
Vamos começar:
- Primeiro, coloque de forma bem simples, qual a mudança que você quer ver no mundo da nutrição?
- Segundo descreva como esta mudança pode ter impacto nos seus pacientes?
Agora você vai trazer tudo isso para o seu universo pessoal, em que momento de vida você está com sua carreira e aonde quer chegar.
NO PRESENTE MOMENTO: O que não tem funcionado na minha atuação como nutricionista? E onde há lugar para mudar?
ONDE VOCÊ QUER CHEGAR: como você se imagina no futuro? Para quem é esta mudança? E com o que estas pessoas se preocupam e o que desejam profundamente?
FASE 2: IMAGINAÇÃO: requer bastante brainstorming, post its e autoconhecimento.
Agora a ideia é pensar como você pode redesenhar estas condições para suportar melhor as suas mudanças desejadas.
Lembre-se que estas mudanças precisam ser realistas, e uma boa dose de autoconhecimento aqui é importante. Para isso você terá que entender limites, ambições e aquilo que lá no íntimo você descobriu que te move. A partir daí você vai priorizar e planejar ações para a mudança.
E na hora de pensar nas ideias, vale você considerar quais delas você já nutre uma paixão pré-existente, quais vão gerar engajamento dos pacientes que irão embarcar nesta com você. E também quais são aquelas que conseguimos implementar rapidamente.
FASE 3: FAZER – é hora de PROTOTIPAR!
Pensar não é fazer, por isso a mudança precisa de ação.
Construa um novo jeito de agir a partir do que idealizou. Calma, você não vai acertar o tempo todo.
Se projetou praticar uma escuta mais ativa e trabalhar com o aconselhamento nutricional, mas acabou falando demais na última consulta, saiu consertando e dando soluções prontas aos dilemas do paciente, calma! Você já está consciente, tente perceber na hora H da consulta e proporcionar esta transformação do nutricionista com o design thinking
Mobilize pessoas, e não esqueça que elas gostam de participar daquilo que elas criam. Pense em co-criar planos alimentares com o paciente a partir de situações reais e dilemas trazidos. E busque fazer isso de forma dinâmica e inteligente, em arquivos que ambos tem acesso, com desenhos, fotos, anotações. O google aliás veio atender justamente à esta necessidade da modernidade. Idem os novos ipads.
E se tem alguém que usa o Design Thinking e olha com curiosidade para as pessoas são estes experts da tecnologia.
FASE 4: COMPARTILHE – chegou o momento de inspirar.
Agora é hora de compartilhar seus aprendizados, trazer mais gente junto, inspirando seus pacientes a mudar. E também seus colegas de profissão.
Não se isole, compartilhe seus erros e acertos com colegas, mentores, gurus. E com este feedback, aprenda o que precisa ser ajustado.
É assim que nós aqui do INC trabalhamos. Construímos conteúdos de valor, cursos, eventos e uma capacitação com muito carinho e amor, além de estudo, para te inspirar e te engajar nesta mudança em prol de uma nutrição mais gentil e humana. Viva o NOVO, viva à mudança colaborativa. Viva #NC.
Autor:
Cynthia Antonaccio, idealizadora NC, sócia INC e especializada em Design Thinking.