Apesar dos consumidores utilizarem relativamente pouca informação para escolher um alimento (suas escolhas são simples, rápidas e baseadas em hábitos), hoje em dia temos nos rótulos dos produtos mais informação do que nunca.
Décadas de discussão sobre hábitos alimentares saudáveis resultaram em pressão para serem feitas escolhas saudáveis e, mais recentemente, esta pressão expandiu para escolhas sustentáveis. A indústria alimentar respondeu a esta tendência pelo aumento do posicionamento de produtos alimentares em termos de saúde e produção sustentável. No entanto, a sustentabilidade e a saúde são características de produto intangíveis; elas têm que ser comunicadas. Assim, temos assistido à proliferação de informação nutricional, alegações de saúde, logotipos de saúde e rótulos ecológicos nos produtos alimentares.
Verifica-se também um aumento de interesse nos alimentos percebidos como honestos, de confiança e sinceros, fator que conduziu ao aumento de interesse sobre a origem e a produção dos alimentos. Os alimentos locais, tradicionais, minimamente processados, são exemplos da tendência da autenticidade. À semelhança da responsabilidade, a autenticidade necessita de ser comunicada.
Denominadas como tendências da responsabilidade e autenticidade, elas abriram novos caminhos para o posicionamento dos produtos alimentares no que se refere a características intangíveis que necessitam de ser comunicadas ao consumidor. Mas, ao mesmo tempo, a forma como os consumidores fazem as suas escolhas alimentares – escolhas simplificadas, normalmente por hábito e sem atentarem às informações do produto – não mudou.
E então, como resolver este paradoxo de comunicação com o consumidor?
Fonte: Klaus Grunert, pesquisador e professor da Universidade de Aarhus na Dinamarca.